José Francisco Mattos e Silva
Irmãos que nesta noite compõe esta Loja Maçônica em Sessão Magna do Pacto de Amizade, Irmão que são e representam a Maçonaria Universal, repito: Somos partes e membros da Maçonaria Universal.
Esta frase e afirmação de que somos partes e membros da Maçonaria Universal seria suficiente para completar este quarto de hora dedicado ao nosso tempo de estudo, vale repetir sempre nesta sessão e em todas as Lojas componentes do Pacto da Amizade: somos partes e membros da Maçonaria Universal, isto por si já é uma peça de arquitetura justa e perfeita, se vivida e praticada. O contrário, uma negação de nossa essência e uma perda de tempo de estarmos hoje ou em qualquer outra sessão, sem esta consciência e sem a pratica desta verdade que para nós é infalível, nossos aventais perdem seu sentido, são panos pendurados e enfeitados que representa tudo, menos o que deve ser verdadeiramente a Maçonaria.
Somos partes da Maçonaria Universal, conseqüência desta premissa, sendo desnecessário aplicar as regras do silogismo, é a conclusão de que somos Irmãos. A premissa maior, a premissa menor e a conclusão de que todos os maçons são irmãos é clara, tão clara como o sentido que para nós tem o Sol ao Meio Dia, não há maçonarias, existe apenas a Maçonaria, escrita com sua primeira letra em maiúsculo e que deveria encerrar, sem qualquer oposição, aquilo que é a melhor definição sobre a Ordem da qual somos partes e formamos, ou seja, uma ordem universal formada de homens de todas as raças, credos, nacionalidades, potencias ou orientes, sob o trinômio Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Ao nos intitularmos maçons, o valor principal, e que supera as divergências e discussões tolas sobre regularidade ou ritualista diferente, e que a verdadeira Maçonaria vai muito além da fria letra do papel ou de interpretações não tão acertadas ou feitas sem que o véu da escuridão seja tirado dos olhos míopes que não conseguem perceber o que vem a ser a Maçonaria fora dos papeis onde estão impressos os rituais ou as cartas constitutivas com os timbres passageiros. Sermos maçons nos obriga a transpor o limite do formalismo, para ilimitarmo-nos no ilimitado universo cujas regras observamos para aperfeiçoarmos a Humanidade com a argamassa do compromisso, da caridade e da união.
As Lojas do Pacto da Amizade e toda a Maçonaria brasileira deve hoje voltar nossos pensamentos aquilo que nas brumas da história era o verdadeiro sentido de ser maçonaria, recebendo das línguas faladas daqueles distantes tempos o sentido de “macio” no latim, “cortador de pedra” da expressão alemã “metz”, do francônico manjo, cognato de sânscrito maty que hoje seria traduzido como “clube”, do inglês e do francês, masonry e mason, respectivamente, que significa homens de construção, ou pedreiros. E é isto que somos: construtores!!!!
Não é difícil imaginar a obra feita por seus construtores sem que haja entre eles união. Prédio nenhum seria erguido; as pontes seriam inauguradas com as promessas de serem destruídas com o passar do menor peso; as catedrais jamais teriam sido levantadas; Salomão não teria erguido o Templo, seja físico ou simbólico em Jerusalém, e o Maior dos Mestres não teria nos advertido quando de sua passagem por este Planeta que “Se um reino estiver dividido contra si mesmo, não poderá subsistir”, eis a advertência e o conselho que pensamos ter primazia sobre todos os demais nos tempos atuais em que tanto se discute maçonarias e raramente se fala em Maçonaria. Ao lado dele deveríamos ter o sentido hermético de que “a letra mata, mas é o espírito que vivifica” a nesga destas duas pedras é que devem ser vividos e aplicados nossos Landmarks, sobretudo, termos em mente que tais pontos marcadores não são de propriedade de nenhuma Grande Loja, nenhum Grande Oriente e nenhum Rito, são de propriedades da Maçonaria Universal e que se desconhecidos ou renegados, fazem cessar a característica maçônica, que é a de sermos todos, indistintamente, Irmãos e formamos a família mundial de maçons, nosso grande segredo é a fraternidade maçônica.
Tamanha a importância de viver a fraternidade maçônica é que começamos nossos trabalhos com a recitação do Salmo 133 para que nossos trabalhos sejam realizados para bem alcançar a pratica que quis ali o salmista inspirou no povo Hebreu em suas lutas e caminhado; os antigos Cavaleiros Templários em suas cerimônias de iniciação ouviam do Caveleiro Irmão Capelão a recitação do “Ecce quam bonumet habitare frater is unum”, ouvimos hoje, semanalmente, da mesma forma, “Oh! Quão com e que os Irmãos habitem em união”. Será mesmo que estamos escutando este arauto da vida maçônico ou apenas ouvindo? Pelas dificuldades das jornadas no deserto e no exílio em que vive a Nação Brasileira, estaria mesmo a Maçonaria comprometida com seus princípios e com sua missão? As divisões tão discutidas quando estamos formando nossas Lojas sobre regularidade, potencias,obediências e outras coisas são frutos da aplicação da fraternidade maçônica em nossas vidas? Qual será o futuro da Maçonaria no Brasil?
Tais indagações devem ser respondidas em nossa consciência que é nosso maior vigário, e devem servir de reflexões em nossos trabalhos e, sobretudo, nossas respostas individuais guiarem os novos passos que a Maçonaria deve dar para manter-se viva e forte nos dias contemporâneos, onde em breve seus valores serão considerados pelo mundo profanos historinhas para criança dormir, deixando de representar os altos e significativos valores que guardamos em nosso simbolismo à luz compasso e do esquadro que nos caracteriza.
Sem que haja irmandade, amor ao próximo, harmonia, concórdia e paz entre os maçons não se decora colunas, não se levantam templos, ao contrário, nosso trabalho é inverso, estamos é cavando as nossas masmorras e nos tornando viciosos naquilo que é a pior das falhas humanas, a vaidade. Irmãos, como é bom nos chamarmos e sermos chamados assim, somos irmãos e sabemos que tal condição nos é dada por abarcamos a filosofia de que o Eterno princípio do Universo se desenvolve em nos e em todo o sistema da natureza, somos partes de uma cadeia cósmica de vitalidade e cuja razão deve ser posta em beneficio próprio, recíproco entre nós e em prol de toda humanidade, assim, cubramos nossos Templos, revigoremos nossas Lojas, aprendamos que nossos pontos comuns são mais importantes que o que nos separa e que sobre nós paira sempre o olhar do Grande Arquiteto do Universo que nos congrega para aquilo que Ele sonhou para toda a Humanidade, uma só nação, um só povo, uma só família, a família maçônica, a Maçonaria Universal composta pela multidão de homens que possuem um só coração e uma só alma.